História da Esgrima - Parte 2
Leia AQUI a primeira parte
A arte de esgrimir, como esporte, foi mais rapidamente desenvolvida graças ao aperfeiçoamento de um aço mais leve e com maior resistência, que proporcionou armas que pudessem ser empunhadas com uma só mão, devido ao seu peso e tamanho.
Os espanhóis conseguiram desenvolver aços mais leves graças ao contato com os árabes e o povo bárbaro que habitava a península ibérica, aperfeiçoando um sistema especial de preparo das lâminas (têmpera), segredo até hoje bem guardado. Por isso a Espanha atingiu o mais alto grau de cultura de sua época no que diz respeito à manufatura do aço, proporcionando o desenvolvimento de uma esgrima de alto nível. Porém, a esgrima espanhola, com o passar dos anos, perdeu-se, pois os conhecimentos eram passados de pai para filho. Com o tempo, desapareceu o interesse na carreira de Mestre d'Armas, enquanto ficava cada vez mais forte na Itália, França e Alemanha.
Em 1410 foi publicado pelo mestre italiano Fiori Dei Liberi um tratado de esgrima chamado "Flor de Battaglia", mostrando um bom desenvolvimento na Itália e, em 1443, surgiu na Alemanha um manuscrito de nome "Fechtbutch", de Talhoffer. Começa aí a fase da Esgrima Moderna.
Em 1531 Antonio Mansiolino escreve o primeiro tratado de esgrima descrevendo movimentos similares aos de hoje e três posições de "guarda" (posição do corpo do esgrimista que lhe permite deslocar-se para frente e para trás estando igualmente pronto para atacar e defender-se). Em 1536, Mestre Marozzo, da Itália, publica um tratado com algo mais que movimentos: "O Regulamento da Sala d'Armas", que continha regras e ordens e começava com o seguinte juramento: "Juro pelo punho desta espada, como se fosse a cruz de Deus, nunca empregar esta arma contra meu Mestre".
As regras ainda estipulavam que: ninguém pode bater-se (duelar) sem o consentimento de seu Mestre; nada temer; jamais comparar o valor de alguém, a não ser com uma espada na mão; não blasfemar. Todos os alunos do Mestre Marozzo eram obrigados a manejar, além da espada, o punhal, a adaga, o escudo e o espadão. O "A Fundo", golpe que visa a perfurar o adversário com a ponta, usado até os nossos dias, por sua vez, consta do tratado mais completo da época, publicado em 1553 por Camilo Agripa, um dos mais notáveis entre os Mestres italianos.
A forte escola francesa se desenvolveu a partir do século XVI quando Catarina de Médicis, esposa de Henrique IV, Rei da França, trouxe mestres italianos e espanhóis para ensinar a nobreza. Por isso, historicamente, a esgrima da França é mais clássica e polida, enquanto a italiana é cheia de gritos e chamadas. Em virtude das diferenças de comportamento e educação, os franceses abandonaram os mestres italianos e espanhóis e criaram um estilo de esgrima acadêmico, adaptado ao temperamento de seu povo. No reinado de Carlos V os Mestres d'Armas já se reuniam numa associação chamada de "Academia d'Armas".
A Esgrima Contemporânea
O marco da esgrima contemporânea foi o aparecimento da "Máscara". O grande número de acidentes ocasionados pela exposição do rosto, fez com que o esgrimista usasse uma proteção de ferro, com uma fenda nos olhos. Ainda assim aconteciam acidentes e, para preveni-los, Labouissiëre inventou a máscara de arame trançado no final do século XVIII, com várias modificações para melhorar sua eficácia. A máscara começou a ser usada em todo o mundo, trazendo segurança, permitindo a difusão do esporte e aproximando, no máximo possível da realidade, a esgrima do duelo. Mas também trouxe desvantagens, fazendo a esgrima perder o porte acadêmico e a posição clássica.
Em 1820, La Fangère regulamentou a nomenclatura com a padronização de termos que permanecem até hoje: posição de guarda, deslocamentos como a marcha (deslocamento à frente), o romper (deslocamento para trás) e o "a fundo".
Atualmente realizam-se competições oficias em seis modalidades: Florete Feminino, Florete Masculino, Espada Feminina, Espada Masculina, Sabre Masculino e Sabre Feminino.
Todos os anos realiza-se o Campeonato Mundial de Esgrima, com exceção dos anos Olímpicos. A Esgrima participa deste grande evento desde os primeiros Jogos Olímpicos em 1896, em Atenas. Nos Jogos Olímpicos de 1924 aconteceu a primeira participação das mulheres. Na sua maioria, os principais expoentes da esgrima são dos países europeus, Cuba, Canadá e China. No Brasil esta modalidade está em amplo desenvolvimento com um histórico de atletas de talento e expressão, com especial destaque para a equipe da Federação Paulista que constitui a grande maioria da equipe brasileira.
Fonte: Cola da Web
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